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Os movimentos organizados têm que ocupar as ruas contra a corrupção e o desemprego

 

Na década de 80 o País atravessou uma grande recessão com inflação galopante. O grande endividamento nacional, somado à crise do petróleo de 1973, levou ao aumento da inflação, que ficou em 34% na média da década. Havia a preocupação de que o Brasil não conseguiria intensificar seu parque industrial e chegar ao nível dos países chamados de primeiro mundo. O resultado foi um período inflacionário que passava longe do crescimento da economia. A falta de financiamento externo e a forte concentração de renda, principalmente nas áreas financeiras (bancos), trouxeram como consequência o descontrole da inflação, refletindo diretamente na economia brasileira nos anos 80.

A partir de 1985 foram criados planos heterodoxos para se combater a inflação, tais como Plano Bresser e Plano Cruzado. Porém, a inflação persistiu alta, revelando o fracasso dos planos econômicos. Nesse contexto, ainda em 1985, é lançado um novo conjunto de medidas, chamado de Plano Cruzado, que congelou todos os preços da economia, incluindo o câmbio e aumentou os salários reais pelo pico anterior, tendo sido usado para fins eleitorais.

O combate à inflação teve continuidade no governo Sarney, através dos Planos Bresser, em1987, e Verão, em 1989 e que cria o Cruzado novo. A alternância do Poder Executivo, por eleições diretas, trouxe o Plano Collor, que entrou em vigor no dia 16 de março de 1990.

Durante a década de 80 e inicio dos anos 90, muito embora o país atravessasse uma grande recessão, com impacto negativo no nível de emprego, a situação estava esperançosa, pois havia uma perspectiva de controle da inflação e de aumento do nível de emprego com a liberação da economia para o capital externo. Essa era a principal diferença entre aquela época e a de hoje. Havia luz no fim do túnel.

Foi o Plano Real, proposto em 1994, que trouxe elementos que já haviam sido propostos nos anos 80. No Plano Real, o dólar era o lastro da URV (Unidade Real de Valor) em 1993, que mais tarde, em 1994, se tornaria a nova moeda do Brasil, o real. Este conjunto de medidas fez a inflação cair para perto de zero e se manter.

Entretanto, essa transição não ocorreu sem um custo social: o violento crescimento de impostos e aumento da taxa de juros. Essa é uma questão importante, pois o sucesso do Plano Real dependeu da disponibilidade de capital estrangeiro para, entre outras coisas, justificar a necessidade de um câmbio tão valorizado (a paridade com o dólar).

O panorama atual da economia brasileira é estarrecedor, pois muito embora a inflação esteja controlada, por outro a recessão não. O resultado é catastrófico, com repercussão na economia e no nível de emprego. O país atravessa um alto nível de desemprego com cerca de 13 milhões de desempregados e 40 milhões na informalidade. É obvio que são vários fatores internos e externos que impactam a economia, mas o principal foi e é a corrupção.

Portanto, o combate à corrupção é preponderantemente fundamental, com a punição dos responsáveis, esteja ela onde estiver inclusive nos Três Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
A sociedade clama por justiça. Não é possível que os envolvidos na corrupção se mantenham impunes. Não é possível admitir que os corruptos sejam posto em liberdade como vem ocorrendo diariamente, principalmente com as decisões do STF.

A sociedade organizada, principalmente o movimento sindical dos trabalhadores, tem que se manifestar nas ruas em apoio a todos meios que combatam a corrupção. Combater a corrupção é combater o desemprego. É manter uma luz acesa no fim do túnel…

 


Dr. Carlos Augusto Martins Aguiar

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